Funcionamento do Disjuntor Diferencial Residual (DDR)
Quando se pensa em segurança na hora de executar o projeto elétrico de qualquer local, um dos dispositivos que precisa ser usado é o DDR (Disjuntor Diferencial Residual). Apesar de ser fundamental, alguns eletricistas possuem dúvidas sobre o seu funcionamento e quais as suas especificidades em relação aos outros tipos de disjuntores.
Neste artigo, vamos explicar tudo sobre o disjuntor DR, incluindo os seus princípios básicos de funcionamento, suas aplicações e importância para a segurança elétrica.
Antes de entender o conceito de Diferencial Residual (DR), é necessário se ater a algumas definições fundamentais ao seu entendimento!
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Fuga de corrente
A fuga de corrente é um termo utilizado para descrever uma situação em que a corrente elétrica que deveria estar circulando em um circuito elétrico passa a “vazar” para outras partes do sistema. Esse tipo de problema pode gerar diversos riscos à segurança das pessoas e ao funcionamento dos equipamentos elétricos.
Esse comportamento anormal pode ocorrer por diversos motivos, como defeitos nos isolamentos elétricos dos equipamentos, falhas na instalação elétrica ou até mesmo pela umidade excessiva.
Sobrecarga
A sobrecarga é definida como o excesso de carga em um circuito, ou seja, quando o circuito excede a sua carga nominal.
Uma de suas causas mais frequentes é quando ocorre a ligação de muitos aparelhos eletrodomésticos ou eletroeletrônicos em um mesmo circuito de tomadas, por exemplo. Outros motivos para a sobrecarga podem ser disjuntores mal dimensionados ou adaptadores de tomada.
Curto-circuito
O curto-circuito diz respeito ao aumento instantâneo da corrente elétrica em um circuito elétrico (ou ponto de um circuito elétrico) devido a alguma falha que reduz a resistência do circuito, tornando-a desprezível. Sabe-se que se a resistência de um circuito ficar próxima de zero, a sua corrente tende a aumentar drasticamente.
Nesse caso, toda a energia elétrica liberada no circuito precisa ser consumida pelos cabos, podendo ocorrer explosões, dissipação de calor e produção de faíscas.
Sobretensão
A sobretensão refere-se a uma tensão elétrica maior do aquela que o circuito é capaz de receber, ou seja, há uma elevação da força da corrente elétrica que passa em determinado circuito.
Esse fenômeno pode ocorrer, por exemplo, devido a operações de comutação, no qual máquinas de alto desempenho apresentam cabos de alimentação com correntes muito elevadas.
O DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos) é um aparelho que protege o circuito contra sobretensões e surtos elétricos.
O que é DR?
O DR (Diferencial Residual), também conhecido como IDR (Interruptor Diferencial Residual), é um dispositivo de proteção elétrica que detecta e desliga a energia em caso de fuga de corrente, que pode causar choques elétricos, protegendo pessoas e animais.
Em condições normais, a corrente que entra em um circuito é a mesma que sai. Ao ocorrer uma falha no circuito, gerando fuga de corrente, a corrente elétrica que sai é menor que a que entra.
O diferencial residual é capaz de detectar as fugas de corrente, desligando automaticamente o circuito. Isso garante a proteção contra choques elétricos, permitindo a integridade de pessoas e animais.
Vale lembrar que a NBR-5410, norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) sobre instalações elétricas de baixa tensão, fala sobre a obrigatoriedade do DR em determinados locais. Confira, a seguir, onde existe a necessidade de usá-lo segundo o documento.
- Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais contendo banheira ou chuveiro
- Em circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à edificação
- Em circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equipamentos no exterior
- Em os circuitos que, em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas- cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens
- Em circuitos que, em edificações não-residenciais, sirvam a pontos de tomada situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no geral, em áreas internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens
O que é DDR?
O DDR (Disjuntor Diferencial Residual) possui proteção contra fuga de corrente, sobrecarga e curto-circuito, protegendo a integridade do circuito elétrico, bem como das pessoas e animais. Ele funciona como se fosse um disjuntor termomagnético tradicional acoplado a um interruptor diferencial residual.
Vantagens e desvantagens do DDR
Os disjuntores diferenciais residual possuem diferenças em relação aos outros modelos que podem ser benéficas.
A seguir, confira as principais vantagens do DDR em relação aos outros tipos de disjuntores:
- Proteção contra choques elétricos
- Proteção de equipamentos elétricos
- Detecta vazamentos de corrente elétrica
- Detecta falhas em aparelhos elétricos
- Desconexão rápida da rede elétrica em caso de emergência
Contudo, algumas de suas características representam desvantagens. Confira a seguir:
- Alto custo em comparação com outros tipos de disjuntores
- Sensibilidade a interferências eletromagnéticas
- Pode desarmar desnecessariamente em caso de picos de corrente elétrica
- Requer instalação e manutenção profissional
Aplicações e importância
O Disjuntor Diferencial Residual (DDR) é utilizado em uma variedade de aplicações, incluindo instalações residenciais, comerciais e industriais. Ele é especialmente importante em ambientes onde há risco de choque elétrico, como hospitais, fábricas e instalações de processamento de alimentos.
Além de garantir a segurança das pessoas e dos equipamentos, DDR também é importante para garantir a eficiência energética. Ele desliga a energia em caso de correntes anormais, evitando que elas causem sobrecarga no sistema elétrico, diminuindo o consumo de energia.
Dada a sua importância, é necessário avaliar o desempenho desse equipamento por meio de uma avaliação de operação quando o dispositivo está funcionando corretamente.
A avaliação pode ser realizada de forma manual ou automática, com o uso de um equipamento específico, conhecido como analisador de corrente residual. Durante a análise, é aplicada uma corrente artificial ao DR e conferido se ele está desligando a energia de acordo com o esperado.
É importante que essas verificações sejam realizadas periodicamente para garantir a segurança e eficiência do disjuntor diferencial residual.
Instalação, calibração e manutenção
Para garantir o bom funcionamento do disjuntor diferencial residuais, é fundamental realizar a calibração regularmente e a manutenção preventiva. A calibração é necessária para garantir que o DDR esteja sempre detectando correntes anormais e desligando a energia quando necessário.
A manutenção preventiva é importante para garantir que o DDR esteja sempre limpo e livre de sujeira, pois isso pode afetar sua capacidade de detectar correntes anormais.
Além disso, é importante seguir as normas técnicas e as recomendações do fabricante para garantir a segurança e a eficiência do DDR. Isso inclui testar o dispositivo regularmente e verificar as especificações técnicas do disjuntor disparo.
As especificações técnicas de um DDR incluem a corrente e o tempo de disparo. A corrente de disparo é a corrente máxima que o dispositivo pode suportar antes de desligar a energia. O tempo de disparo é o tempo que leva para o dispositivo desligar a energia após a detecção de uma corrente anormal.
Essas especificações são estabelecidas pela norma NBR 14039 e devem ser seguidas para garantir a segurança e eficiência do dispositivo.
A instalação de um disjuntor diferencial residual é uma tarefa crítica, pois ele é responsável por garantir a segurança elétrica de um local. Por isso, é importante que seja feita por profissionais capacitados, com conhecimento técnico e experiência na instalação desse tipo de dispositivo.
Antes de iniciar a instalação, é importante verificar se o modelo do disjuntor diferencial residual é adequado para a aplicação, além de conferir se suas especificações estão de acordo com as normas.
No momento da instalação, é importante realizar as seguintes ações:
- Conectar o DDR no ponto correto da instalação, entre a fonte de alimentação e o sistema elétrico para que ele possa detectar correntes anormais e desligar a energia
- Verificar se todas as conexões estão limpas e livres de sujeira, pois isso pode afetar a capacidade do DR de detectar correntes anormais
- Verificar se o DDR está instalado de forma segura e se está fixado firmemente para evitar movimentos durante o uso
- Verificar se as conexões estão seguras e feitas corretamente para evitar problemas de contato ou curto-circuito
- Verificar se o DDR está instalado em um local fresco e seco para evitar problemas com umidade ou calor
- Verificar se a instalação está de acordo com as normas técnicas e as recomendações do fabricante
As principais causas de falhas em um disjuntor diferencial residual (DR) incluem:
- Mau contato nos terminais
- Corrosão
- Danos mecânicos
- Superaquecimento
- Uso inadequado
- Falta de manutenção
- Problemas na instalação
- Problemas na calibração
- Problemas na alimentação de energia
- Sobrecarga
- Curto-circuito
- Falhas de isolamento
A fim de corrigir essas falhas, fica evidente a importância dos cuidados durante a sua instalação, bem como a regularidade dos testes de calibração, manutenção do aparelho e verificação das normas técnicas.
Caso tenha ficado alguma dúvida sobre o funcionamento do disjuntor Diferencial Residual, confira o nosso vídeo logo abaixo para aprender de vez o assunto.
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